terça-feira, 30 de julho de 2013

Fórum da gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa



EIXOS TEMÁTICOS PARA AS COMUNICAÇÕES NAS SESSÕES PARALELAS:

1. Modelos de Gestão das Instituições de Educação Superior

2. Cooperação Universitária entre os Países e Regiões de Língua Portuguesa

3. Políticas de Planeamento e Financiamento da Educação Superior

4. Tendências Internacionais e Políticas de Educação Superior

5. Acesso e Permanência na Educação Superior

6. Qualidade, Avaliação e Regulação da Educação Superior

7. Inovação e Tecnologia na Educação Superior

8. Formação e Carreira Docente na Educação Superior

Concurso para professor de Prática de Ensino de Geografia do Centro de Educação na Universidade Federal do Espírito Sano - UFES

quinta-feira, 25 de julho de 2013

III Colóquio Internacional

A educação pelas imagens e suas geografias

III Colóquio Internacional “A educação pelas imagens e suas geografias” é um evento promovido pela rede de pesquisa “Imagens, Geografias e Educação”.
Será realizado na Universidade Federal do Espírito Santo – Vitória, no período de 26 a 29 de novembro de 2013.
Informações Importantes e Procedimentos
  • Para inscrever-se no III Colóquio:
    • faça depósito na Caixa Econômica Federal, Agência 0662, conta poupança número 013-7030-2, favorecida: Gisele Girardi;
    • encaminhar para o e-mail geoimagens2013@gmail.com comprovante de depósito juntamente com a ficha de inscrição.
  • Verifique na tabela abaixo as datas limites para inscrição. Não serão aceitas inscrições fora do prazo.
  • A inscrição será efetivada após o envio do comprovante de inscrição para o e-mail geoimagens2013@gmail.com
  • Os inscritos que não tiverem seus trabalhos aprovados, automaticamente estarão inscritos como ouvintes. Informamos que nestes casos, a taxa de inscrição não poderá ser devolvida.
  • É importante lembrar que todos os participantes deverão fazer sua inscrição individualmente.
VAGAS LIMITADAS (150 vagas)
Prazos e Valores de Inscrição
Tipo de
Participação
Data Limite p/ Inscrição
Valor da inscrição
Ouvintes
20/11/2013
R$ 50,00
Apresentação de Trabalho
20/09/2013
R$ 50,00


Contatos pelo e-mail: geoimagens2013@gmail.com

VII Encontro Brasileiro da Rede Estrado Trabalho Docente e Políticas de Responsabilização

VII Encontro Brasileiro da Rede Estrado - Trabalho Docente e Políticas de Responsabilização


O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais (NEPE) e a Rede Latinoamericana de Estudos Sobre Trabalho Docente (Rede ESTRADO) convidam para o VII Encontro Brasileiro, nos dias 20, 21 e 22 de novembro de 2013, na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), na cidade de Vitória, Espírito Santo. A organização de mais este evento vem firmar o compromisso do NEPE e da Rede ESTRADO na consolidação do campo de estudos e pesquisas sobre trabalho docente.
Objetivos:
·          Contribuir para a consolidação e divulgação dos estudos e pesquisas sobre o trabalho docente no Brasil e na América Latina.
·          Promover o intercâmbio entre pesquisadores que investigam trabalho docente em suas múltiplas dimensões aspectos e abordagens.
·          Fortalecer os espaços de integração entre a universidade, os sistemas educativos, sindicatos etc em torno dos debates sobre as condições do trabalho docente no Brasil e na América Latina.


Destinatários:

Pesquisadores, professores da educação básica e ensino superior, estudantes de graduação e da pós-graduação, dirigentes sindicais, gestores dos sistemas educativos comprometidos com a valorização do trabalho docente e a melhoria da qualidade social da educação.
Eixos temáticos:
Prazos:
Início das submissões de trabalhos e painéis: 10 de julho
Término das submissões: 10 de setembro
  
Valor da inscrição:
Estudantes e professores da Educação Básica: R$ 50,00
Participantes com inscrição de trabalhos: R$ 100,00


Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais (NEPE)
Telefone: 4009-2544

terça-feira, 23 de julho de 2013

Manifesto dos professores e pesquisadores que atuam no ES

Hoje, 22 de julho de 2013, às 18h, na frente do TJ/ES, foi divulgado um manifesto público dos professores e pesquisadores do Espírito Santo sobre a atual situação política do Estado. São reflexões por escrito elaboradas de forma colaborativa assinado por centenas de professores universitários do Espírito Santo. 

Cópia do manifesto segue abaixo e pode ser assinado pelos professores e outros no sítio: 
https://www.change.org/pt-BR/peti%C3%A7%C3%B5es/manifesto-dos-professores-e-pesquisadores-que-atuam-no-es-sobre-o-protestoes 

Participem! 

Manifesto dos professores e pesquisadores que atuam no ES sobre o #protestoES 

Para nós, professores e pesquisadores, o dia 17 de junho de 2013 representa um marco histórico para a sociedade civil do Espírito Santo. Cerca de 30 mil pessoas romperam seus medos privados, ocuparam o espaço público e atravessaram a Terceira Ponte rumo à residência oficial do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, em Vila Velha. O primeiro Ato "Não é por 20 centavos, mas por direitos" alterou o imaginário que tínhamos daquela ponte: de um símbolo da imobilidade e espoliação urbana, a ponte tornava-se o ícone de uma ocupação popular que pedia libertação de práticas políticas viciadas do sistema representativo dessa nossa democracia local. Milhares de pessoas, na porta da bucólica residência da Praia da Costa, mandavam um sinal: "nós existimos!". 

O Segundo Ato, em 20 de junho, mobilizou 100 mil pessoas, que definiam como locus de manifestação o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, símbolo até pouco tempo do maior escândalo do Poder Judiciário capixaba: a Operação Naufrágio. O Espírito Santo vive, até hoje, um estado de ebulição de grupos sociais, de matizes políticas e sociais distintas, com reivindicações difusas, mas muito concretas. Numa estrutura política que privilegia muito mais as relações entre políticos e empresas, em práticas de alimentação mútua de temas e interesses, o cidadão vê a representação política distante de suas demandas sociais. E, na rua, faz-se notar ao demonstrar que a desigualdade social é a maior das corrupções desse sistema político. 

No Terceiro Ato, os destinos finais das manifestações foram a Prefeitura de Vitória e a Rede Gazeta. Agora com uma composição política nova: a Assembleia Popular. Em média 500 pessoas, nos finais de semana, deliberam ainda atualmente suas reivindicações. Tudo de modo aberto e direto. A marcha, com 10 mil pessoas, colocava na mesa inúmeras pautas para a negociação com o Executivo e o Legislativo estaduais. Mas o Executivo se manteve reticente, afirmando que o movimento não tinha líderes e apresentava pautas em excesso. O governador se ausentou da mesa. E destinou a tarefa de receber os manifestantes a um grupo de tecnocratas do segundo escalão. Em seguida, os ativistas ocuparam a Assembleia Legislativa. Queriam que o projeto de lei que colocava fim ao pedágio da Terceira Ponte fosse votado. Uma semana de negociação. Não havia representantes do governo. Este, ao contrário, articulou sua base legislativa e arquivou o projeto. 

Nova manifestação, no dia 19 de julho. Mais de cinco mil pessoas, às 6h da manhã, marcham da Assembleia Legislativa até o Palácio Anchieta. Entram na avenida Jerônimo Monteiro sob aplausos e papel picado. No Palácio, não há ninguém para receber as suas reivindicações. Como representantes do governo só o Batalhão de Missões Especiais, que passa a atuar com o uso de violência absolutamente desmedida, intensificando as reações por parte da manifestação, invertendo por completo sua função de preservar a vida das pessoas e tratando moradores e manifestantes indiscriminadamente como criminosos. O resultado: mais de 60 prisões, sendo a maioria realizada de forma arbitrária e ilegal, com acusações sem provas de sua materialidade e autoria. 

Em um mês de protestos temos algumas narrativas construídas. Uma delas é a narrativa da multidão conectada nas redes sociais, a outra é aquela produzida por alguns veículos tradicionais que descrevem a realidade a partir de um viés de análise que criminaliza a ação dos movimentos sociais. A primeira aponta para um governo que não adota medidas concretas de respostas aos anseios das ruas; a segunda acusa as manifestações de acolherem indivíduos que depredam os patrimônios privado e público e, portanto, não querem o diálogo. O único ente do Poder Executivo presente é a Polícia Militar. 

Temos a democracia por princípio. E isto nos coloca terminantemente contrários a todo e qualquer tipo de criminalização dos movimentos sociais, acusando-os com um discurso policial, com rótulos usados pelo Estado que caracteriza manifestantes como criminosos. Lutar por justiça, radicalização da democracia, transparência na produção de informações e compartilhar estratégias de construção de políticas do comum não pode ser considerado crime, mas sim a tentativa de superação de uma ordem que legitima o poder decisório nas mãos de poucos. 

Não é recente, mas recorrente, o uso do poder da polícia, por parte do Governo do Estado, de forma desmedida, com alto grau de violência e desrespeito aos direitos das pessoas de mobilizar-se e fazer reivindicações nos espaços públicos. Lembremo-nos das bombas explodidas no campus da Ufes em junho de 2011. Esta violência policial, ao contrário do que afirmam - que teria como foco o controle da "destruição do patrimônio (público e privado)" por parte dos protestos -, tem sim incitado os "excessos" e intensificado o medo e a insegurança na população. O fechamento dos poderes constituídos à negociação com os atores políticos das ruas - cuja pior imagem é aquela da Assembleia Legislativa bloqueada por dezenas de policiais, no dia 15 de julho, enquanto funcionários comissionados ocupavam o plenário e, mudos, observavam seus chefes deliberarem sobre a ordem do dia - só aprofunda um estado de revolta social. 

Para nós, professores, é inconcebível clamar por pacifismo e reclamar das ações contra o patrimônio público e privado em um contexto social, como o que encontramos no Espírito Santo, marcado pelos mais altos índices de violência contra a mulher e contra a juventude, além de um dos maiores níveis de homicídios do país. O Estado deve buscar compreender que essas ações não ocorrem sem sentido, de forma aleatória. Expressam a existência de um pensamento crítico e inconformado com um contexto de violência permanente contra as próprias pessoas. Não é à toa que um dos cartazes de uma das manifestações afirmava: "a polícia que bate nas ruas é a mesma mata nas favelas." 

E somado a isto, sobram até ameaças para o trabalho intelectual dos professores, feitas por um jornalista, que, em seu Twitter, declarou: "... já estamos monitorando os professores que incitam e estimulam a violência. Falta pouco!". Essa ameaça é uma forma de ilação: querem nos colocar como intelectuais da incitação da violência, quando esta é oriunda de um conjunto de indignações ainda não escutadas e do uso desmedido da força policial por parte do executivo estadual. 

Os protestos e as mobilizações, é importante salientar, buscam ampliar direitos sociais e políticos. E mais do que isto, retiram do piloto automático acordos formais e informais realizados por uma elite política e econômica que faz dos partidos estruturas mais de comando do que de construção coletiva de novas agendas para as políticas públicas. É um movimento pela ampliação de direitos sociais. Veja o caso da busca pela ampliação do direito à saúde no Espírito Santo. A precariedade da atenção à saúde da população é uma marca que agride o exercício da cidadania de milhões de pessoas e está na pauta reivindicatória dos movimentos. Unidades de Saúde e hospitais públicos sucateados, privatização, precarização dos vínculos empregatícios, desmandos na gestão dos escassos recursos públicos e o desrespeito às pessoas que procuram atendimento comprometem o direito universal à saúde inscrito na Constituição brasileira. O mesmo se aplica à gestão dos serviços de saúde atualmente entregue às Organizações Não-Governamentais, serviços religiosos e terceirizados com financiamentos altíssimos pelo Estado, priorizando um sistema de saúde privado (suplementar) à gestão fortalecida do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Para nós, professores, outra pauta concreta é a gestão e planejamento das cidades e a mobilidade urbana. Os movimentos iniciados em junho de 2013 reclamam a plena participação e intervenção na deliberação sobre os destinos da cidade, ressaltando a mobilidade urbana pleiteada como direito do cidadão. Reclama-se, especificamente, dos itinerários, dos horários, da frequência, da limitação dos modais de transporte coletivo, da qualidade e inadequação do transporte coletivo, da carência dos pontos de ônibus, da falta de políticas para transportes não motorizados, dos espaços públicos tomados pelos transportes individuais. Os protestos reclamam compartilhamento do comum, que é o direito do livre circular no espaço da vida urbana. Não à toa que os manifestantes lutam por uma vida sem catraca, uma vida sem pedágio. Em três anos de governo estadual, após um período de caos urbano causado por obras simultâneas em vias cruciais ao fluxo da população pela cidade, veem-se obras paralisadas ou atrasadas que se erguem com impactos sociais e ambientais ao entorno construído. Há ainda planos que não saem da gaveta como o controvertido BRT (Bus Rapid Transit),que é o modelo de transporte coletivo escolhido para ser implantado na Região Metropolitana da Grande Vitória. Este governo, não tendo esgotado os planos encampados da gestão anterior, anuncia mais um plano estratégico de longo prazo. 

Sim, há uma ampla mobilização em torno das redes, o que exige governos transparentes e que dialoguem nesses ambientes midiáticos 2.0. Há uma mudança paradigmática no modo de se produzir comunicação e cultura. Acabou, tendencialmente, qualquer possibilidade de um centro difusor de informação, típico de uma sociedade de massas. Não é a injeção de anúncios publicitários televisivos que resolverão nossa crise política. Ao contrário, perguntamos, se esses anúncios não seriam a evidência de que a relação comunicacional do Estado com a sociedade civil está presa a um modelo em que o simulacro e o espetáculo se tornaram a única ferramenta possível de diálogo público. 

Essa perspectiva espetacular baseada no medo, que também se desdobra na forma como as manifestações tem sido noticiada pela grande mídia local, se choca com as centenas de testemunhos, vídeos, fotos, transmissões ao vivo e textos livres, que circulam, de modo horizontal, nas redes sociais, desmentindo o discurso estatal e midiático, com situações em que o povo é constrangido pela repressão policial. Em lugar do monopólio de uma versão oficial dos fatos, apoiamos os relatos que busquem outras reflexões e olhares sobre acontecimentos e mudanças que ainda estão em curso. Por isso, não podemos aceitar que o Estado, por meio de sua polícia, continue reprimindo aqueles que produzem estas versões independentes (não oficiais) dos acontecimentos. 

Para nós, professores, é necessário e urgente a construção e proposição de novas relações de comunicação com o Estado (através da participação ampla e irrestrita da sociedade), o que passa pela democratização das verbas publicitárias (hoje concentradas em grupos familiares de mídia do Estado), recuperação da sucateada TVE, mais recursos para editais públicos de cultura e comunicação (sem que estes sejam geridos por instituições privadas, como o Sincades). São essas medidas que criam novas narrativas sobre a vida, não subsumindo esta ao simplismo do discurso da "depredação do patrimônio", como se o Estado fosse um ente apenas para proteger coisas e mercadorias. O Estado precisa dos sujeitos coletivos para tornar-se democrático. 

Nós, professores, temos como princípio para a educação que praticamos, seja em sala de aula, na condução dos trabalhos de pesquisa e extensão ou na administração das universidades e faculdades, a garantia do diálogo e do livre pensar em um paradigma democrático, plural, inclusivo e não dogmático. Não há como refutar o outro apenas pela não concordância, pelo preconceito ou pela rejeição de sua legitimidade social e política. Como professores e pesquisadores não concordamos e repudiamos a forma como o atual Governo do Estado do Espírito Santo tem se recusado a abrir diálogo com as organizações e grupos que têm ocupado as ruas para protestar por direitos e reivindicações legitimas. Somos profissionais do diálogo. Trabalhamos para que as ruas entrem pela porta da frente do Palácio Anchieta. Apoiamos as lutas sociais e as instituições democráticas! 

Vitória, 22 de julho de 2013.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Redes de Diálogos Geográficos

Simpósio Russo Germânico Brasileiro sobre a Teoria Histórico Cultural - I VERESK

Convidamos toda a comunidade acadêmica para o I VERESK - Simpósio Russo Germânico Brasileiro sobre a Teoria Histórico Cultural, a ocorrer na UFF, entre os dias 05 e 08 de agosto.

Maiores informações em:
ou

Não há taxas de inscrição.

II Congresso Internacional Infâncias e Brinquedos e Ontem e Hoje

Livro Novo no ENPEG - 2013

Revista de Educação Pública - Edição Temática SemiEdu

 Das crianças nas instituições e das crianças (in)visíveis: entre a sujeição e as possibilidades criativas"

"As imagens das crianças anunciadas se associam às suas múltiplas lógicas

e linguagens e passam a ser compreendidas como força instituinte, reinaugurando a
cena educacional a partir do valor da diferença. As crianças, elas mesmas compreendem
os sentimentos das coisas. Já dizia Benjamin (1994) que, ao brincarem com detritos,
as crianças colocam restos e resíduos em uma relação nova e original." (ANDRADE; GOMES, 2013. Apresentação).

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Nota da Diretoria Nacional da AGB sobre as Manifestações Populares de Junho de 2013


Nota da DEN-AGB sobre as Manifestações Populares de Junho de 2013

A Diretoria Executiva Nacional da Associação dos Geógrafos Brasileiros vem acompanhando as lutas e as manifestações que estão ocorrendo por todo o Brasil nas últimas semanas.
Consideramos que o Brasil passa por um momento de efervescência política no qual estão aflorando as profundas contradições que marcam o país. A luta dos povos originários e camponeses contra a expansão do agronegócio, as greves nos canteiros de obras do PAC, a resistência aos despejos e remoções causados pelas obras de infraestrutura relacionadas aos megaeventos (Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas), pela especulação imobiliária e pelos grandes projetos de desenvolvimento são demonstrações de uma insatisfação crescente da população brasileira que agora se materializa no momento em que milhões de pessoas vão às ruas.

A AGB vem há tempos participando ativamente da construção dessa resistência, contribuindo com debates, reflexões, textos e relatórios, seja nos Encontros Nacionais de Geógrafos (ENGs), onde estas questões têm sido sistematicamente debatidas, seja no cotidiano das Seções Locais. Relatórios como os da AGB-Porto Alegre contra as remoções urbanas, da AGB-Viçosa sobre os impactos do mineroduto da Ferrous ligando Minas Gerais ao Espírito Santo, da AGB-Vitória contra a Coca-Cola/Sucos Mais e das AGBs Rio e Niterói sobre o Porto do Açu de Eike Batista, são alguns exemplos dessa contribuição e estão disponíveis na página da AGB (
agb.org.br). Da mesma forma, a Revista Terra Livre tem, desde 2010, uma Seção destinada a publicar textos provenientes de seus Grupos de Trabalho que é mais um canal de divulgação dessas ações.
Na atual conjuntura, onde as manifestações se multiplicam e ganham caráter massivo, consideramos fundamental reforçar nossa contribuição para essa luta em prol de uma sociedade mais democrática, justa e igualitária. Neste sentido, denunciamos a manobra das grandes corporações midiáticas, lideradas pela Rede Globo, que inicialmente buscaram fazer o de sempre: criminalizar as manifestações para justificar a repressão às mesmas, como parte da estratégia de criminalização da pobreza e das lutas e movimentos sociais. Com o fracasso da estratégia tradicional e generalizada de repressão e o crescimento das manifestações impulsionadas pela rejeição à violência policial e pelas conquistas inicialmente obtidas, agora as grandes corporações midiáticas se voltam para a tentativa de conduzir as manifestações, dividindo-as entre: (1) as pacíficas e legítimas – as que colorem as ruas de verde e amarelo e adotam pautas genéricas, como ser contra a “corrupção” (todos são contra a corrupção, o problema é se o tratamento dado à questão é meramente moralista, como se fossem o resultado de desvios de conduta de pessoas ou de partidos políticos, ou se associa a corrupção às estruturas e formas de dominação econômica e política do capital, o que evidentemente a mídia corporativa não faz, afinal ela é tão sócia dos lucros dos grandes eventos, quanto as empreiteiras que estão superfaturando os gastos com as obras, por exemplo); (2) as violentas e ilegítimas – as que descambariam para o vandalismo e a depredação do patrimônio, como vocifera cotidianamente a mídia corporativa.

O fato é que as manifestações passaram a ser disputadas entre esquerda e direita. Entre as pautas concretas e objetivas relacionadas ao sofrimento cotidiano dos trabalhadores brasileiros nas escolas, postos de saúde, moradia e transporte precários, mas que refletem a natureza profundamente desigual e injusta da sociedade brasileira; e as pautas genéricas (não à corrupção) ou pontuais (contra a PEC 37) que obscurecem a natureza de classe dos conflitos instaurados nas ruas brasileiras.
Junto com a mídia corporativa, também a polícia e os governos de turno mudaram a estratégia e passaram a apoiar e tentar dar o tom das manifestações, numa clara tentativa de manipular a pauta das reivindicações e preparar o caminho para a retomada do controle da situação pelos setores mais conservadores.

Assim, as manifestações vêm aumentando, mas também sendo tomadas por palavras de ordem nacional-ufanistas, reivindicações pulverizadas e um pacifismo idealista que descaracteriza o enfrentamento aos problemas sociais que, de fato, levaram o povo às ruas. 
As revoltas que se iniciaram com as lutas contra o aumento das tarifas de transporte nas grandes cidades – e que ganharam visibilidade nacional e internacional em meio à Copa das Confederações (ou Copa das Manifestações, como a sabedoria popular a rebatizou...) – trouxeram à tona inúmeras reivindicações que hoje condensam a luta dos setores populares no Brasil:

1.
 A luta pelo transporte público gratuito e de qualidade – capitaneada pelo Movimento Passe Livre (MPL) que tem o mérito de ter acendido o rastilho de pólvora das manifestações – que por sua vez traz consigo a discussão sobre o direito a uma cidade mais igualitária e menos segregada através da proposta de Tarifa Zero.

2.
 A luta por educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade e contra os processos de privatização e mercantilização em curso nessas áreas e que sematerializam na reivindicação de 10% do PIB para a Educação Pública e no fortalecimento do SUS sob o controle popular.

3.
 A luta contra os despejos e remoções na cidade e no campo para dar lugar à expansão dos grandes empreendimentos capitalistas – que trazem junto consigo a revitalização da luta pelas reformas agrária e urbana.

4.
 A luta contra os gastos exorbitantes em obras para os megaeventos, sobretudo a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Nesse sentido afirmamos nosso apoio e solidariedade a todos os movimentos que estão nas ruas lutando por um Brasil mais justo, igualitário e democrático.
Todo apoio às lutas dos oprimidos!
Contra a criminalização dos movimentos sociais!
Nos encontramos nas ruas, em diferentes cidades!
Desejamos muita força na luta!
Associação dos Geógrafos Brasileiros
Diretoria Executiva Nacional – Gestão 2012-2014